Um grupo de médicos e professores
da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e do Hospital Universitário de
Florianópolis pretende avaliar o uso da vacina contra poliomielite para prevenção
e redução dos sintomas da Covid-19, informou nesta segunda-feira (15) o Governo
do Estado.
De acordo com o governo, a
previsão é que os testes comecem ainda no mês de junho, com 300 profissionais
da saúde da Grande Florianópolis, e que os primeiros resultados possam ser
divulgados em três ou quatro meses.
O objetivo é encontrar uma
solução emergencial para a doença, já que uma vacina específica para a Covid-19
pode demorar mais de um ano para ser desenvolvida.
O estudo contará com quase R$ 100
mil aprovados em edital de combate à Covid-19, lançado pela Fundação de Amparo
à Pesquisa e Inovação de Santa Catarina (Fapesc).
Segundo dados atualizados pela
Secretaria de Estado de Saúde (SES) neste domingo (14), Santa Catarina chegou a
13.360 casos confirmados de Covid-19 e 195 mortes pela doença.
A ideia de testar a vacina da
polio contra o coronavírus, de acordo com o Governo do Estado, surgiu após uma
busca entre as imunizações já conhecidas, feita a fim de encontrar alguma que
pudesse ajudar no combate à doença.
Entre as vacinas encontradas com
esse perfil, estão a BCG, a do sarampo e a da poliomielite. Todas têm em comum
o uso de micro-organismos vivos, de forma atenuada, para que o corpo possa
reagir e criar imunidade.
Segundo divulgou o governo, Santa
Catarina será pioneira ao pesquisar a ação da vacina da poliomelite contra o
coronavírus. As outras duas com o mesmo perfil, a BCG e a do sarampo, são
avaliadas, respectivamente, pelos Estados Unidos e pela Organização Mundial da
Saúde (OMS).
Como a pesquisa vai funcionar
Conforme o governo catarinense,
os profissionais da saúde foram escolhidos como público-alvo nesta primeira
fase por causa da exposição do grupo à contaminação. Inicialmente, serão
acompanhados 300 voluntários.
Metade receberá a vacina e a
outra, um placebo. A partir daí, cada um deles será testado periodicamente para
saber quem pegou a doença e como foram os sintomas. Para isso, serão realizados
dois tipos de testes: o rápido para confirmar a contaminação e o sorológico
para saber se houve produção de anticorpos.
Os trabalhos serão realizados no
Centro de Pesquisa do Hospital Universitário de Florianópolis e devem se
estender ao longo de 2020. Mas a expectativa, conforme o Governo do Estado, é
divulgar os primeiros dados em três ou quatro meses, e que em seis meses seja
possível ter um resultado final.
O objetivo agora é confirmar se a
vacina será capaz de garantir imunidade inata, prevenindo a contaminação contra
a Covid-19 pelo período de quatro a 10 semanas após a imunização. Em seguida,
teria o efeito de estimular a produção de anticorpos, capazes de reduzir os
sintomas da doença.
Fonte: NSC TOTAL
Jornalismo WEB Rádio Cidade
